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O que fazemos

Eu quero mais que só sobreviver.

  • RELEASE DE PESQUISATítulo: "Eu quero mais que só sobreviver": por entre memórias, medos e sonhos de jovens negros de duas favelas cariocas, um estudo sobre masculinidades periféricas Para publicação imediata É fácil descrever como homens negros e favelados são vistos socialmente, mas você já se perguntou como esses indivíduos enxergam o mundo? O LabJaca apresenta um estudo pioneiro que lança luz sobre as experiências e perspectivas desses jovens. A pesquisa, intitulada "Eu quero mais que só sobreviver", mergulhou no universo de nove jovens moradores das favelas do Jacarezinho e de Manguinhos, no Rio de Janeiro, com idades entre 16 e 29 anos, que se identificam racialmente como pretos ou pardos. Neste estudo, o LabJaca buscou compreender de que maneiras a exposição contínua a diferentes marcadores de marginalização social afetaram as trajetórias desses jovens, identificando proximidades entre os diferentes perfis entrevistados. A pesquisa teve como objetivo abranger a maior diversidade possível de experiências e perfis, incluindo recortes de gênero, raça, idade, moradia, sexualidade, composições familiares, religiões, escolaridades e profissões. Principais Descobertas: Impacto da Violência na Infância: A violência tornou-se parte central das principais memórias de infância desses jovens, misturando-se às brincadeiras, amigos, escola e família. Mães e Avós como Principais Referências: As mães e avós dos entrevistados aparecem frequentemente como suas principais referências, devido aos esforços que fazem para manter suas famílias, tanto material quanto afetivamente. Responsabilidade com o Coletivo: Conviver com a materialização das desigualdades sociais desde a infância faz com que esses jovens sintam-se responsáveis por reverter as faltas vividas por suas famílias e comunidades. Seus sonhos e projetos de futuro envolvem melhorar as condições de vida para seus familiares ou desenvolver projetos voltados para suas favelas. Invisibilidade dos Territórios Periféricos: Os entrevistados indicaram que a falta de investimento nas favelas invisibiliza seu potencial, mesmo para aqueles que vivem nelas. Eles acreditam que recursos para melhorar as condições de vida estão disponíveis fora das favelas. Postura Defensiva e de Suspeita: Todos os entrevistados relataram uma postura permanentemente defensiva e suspeita em relação às pessoas ao seu redor, mesmo aquelas próximas a eles. Isso parece estar relacionado à maneira como sentem que o mundo lida com eles. Dificuldade em Expressar Emoções: Muitos entrevistados têm dificuldade em falar sobre seus sentimentos e problemas com outras pessoas, e até mesmo em expressar emoções, como chorar. No entanto, encontram maneiras alternativas de canalizar suas emoções, como dança, escrita, rap, esporte e religião. Perspectivas Divergentes sobre o Futuro: Para alguns entrevistados, pensar no futuro é angustiante e evitado, enquanto para outros, é a principal forma de projetar uma realidade diferente e mais feliz. Em ambos os casos, as visões sobre o futuro estão ligadas a um distanciamento das circunstâncias já vividas. Convidamos a todos a ler o relatório completo, que oferece uma visão profunda das experiências e aspirações dos jovens negros das favelas de Jacarezinho e Manguinhos, no Rio de Janeiro, mas também oferece insumos para pensar esse perfil em todo o Brasil, com suas diferenças e similaridades regionais.. Link para o Relatório Completo da Pesquisa: https://bit.ly/3sEiZHn

Dengue no Jacarezinho

  • Local de aplicação: Jacarezinho
  • Público-alvo: moradores do Jacarezinho
  • Tamanho da amostra: 89 pessoas

Metodologia:

Entrevista estruturada com uma amostra não-probabilística de 89 pessoas moradoras(es) durante três eventos de doação de cestas básicas, realizados aos sábados pela manhã e tarde, entre abril e julho de 2021.

Objetivo:

Esta pesquisa não buscou ser representativa da favela do Jacarezinho, mas trata-se de uma investigação inicial e exploratória que serviu como resgate do tema e incentivo para reflexões futuras sobre a problemática da dengue nas favelas.

Descrição:

Estudo elaborado em parceria com o Infodengue (uma iniciativa da Fiocruz/FGV de monitoramento das arboviroses no Brasil), para explorar a relação entre dengue e favela, especialmente no contexto da pandemia da Covid-19. Por se tratar de uma pesquisa inicial, a coleta de dados não seguiu uma amostra representativa e probabilística; a coleta aconteceu em eventos de doação de cestas básicas durante a pandemia de COVID-19 e serviu para dar indicativos sobre exposição ao contágio à dengue, informação e prevenção à doença e percepção dos moradores sobre medidas tomadas pelo poder público para combater o mosquito. A partir dos dados coletados foram feitas ilustrações explicando as principais dúvidas de moradoras e moradores do Jacarezinho acerca da dengue, objetivando saná-las. Também foi feito um relatório de pesquisa com uma descrição mais detalhada do motivo para a pesquisa ter sido realizada, sua metodologia e limitações, e os principais dados gerados a partir do estudo. É importante realçar que a pesquisa foi apresentada em evento da FioCruz, tendo também uma pequena entrada no debate acadêmico sobre esse tema.

Custo das operações policiais

Metodologia: Realizamos um comparativo entre os gastos feitos pelas operações policiais em comparação com o gasto de um aluno na rede pública durante um ano. Objetivo: Demonstrar que o investimento do Estado em militarização das polícias poderia ter sido melhor utilizado em políticas sociais emergenciais no contexto da pandemia da COVID-19 e também em políticas intersetoriais de prevenção da violência. Descrição: A pesquisa sobre a chacina do Jacarezinho objetivou realizar um comparativo entre custos de policiamento e políticas sociais, publicado no dia 06 de junho de 2021 à vista do aniversário de 1 mês da chacina do Jacarezinho que vitimou 28 pessoas e é considerada a maior história do estado do Rio de Janeiro. Os valores de itens das forças de segurança pública foram obtidos em documentos, como licitações, que são de caráter público e foram acessadas nos sites das polícias ou no portal de compras do estado do Rio de Janeiro. De acordo com uma licitação em andamento cujo objetivo é comprar 500 fuzis para a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), uma unidade deste item está orçada em no máximo R$ 7.794,42 pela própria instituição.Em comparação ao custo dessa arma, empregou-se o valor anual por um aluno – em qualquer modalidade integral, como creche, pré-escola, fundamental e médio – pelo FUNDEB em 2021, cujo valor estimado é R$ 4.898,68. Assim, temos que um fuzil tem o mesmo custo anual de aluno da república, inclusive considerando materiais e alimentação. Também se relacionou o custo de um helicóptero blindado, popularmente conhecido como “caveirão voador”, com o valor do auxílio emergencial disponibilizado para famílias com duas ou mais pessoas – exceto mães chefes de família. Em documento da PCERJ, o “caveirão voador” foi avaliado em mais de R$22 milhões, logo, se este custo fosse empregado para proteção da população durante a pandemia, 88 mil auxílios emergenciais no valor de R$ 250 teriam sido distribuídos. Dessa forma, as pessoas das favelas do Jacarezinho e de Manguinhos estariam recebendo quase que em sua totalidade. Em licitação, a PCERJ adquiriu 2000 coletes balísticos, com um custo de mais R$ 18 milhões de reais. Esse montante poderia ter sido mobilizado para a compra de 120 mil cestas básicas, cujo valor referente a março de 2021 estava em torno de R$ 150 no Rio de Janeiro, segundo a contação no Jacarezinho. Por fim, as polícias fluminenses adquiriram 32 veículos blindados por pouco mais de R$ 20 milhões, valor que poderia ter sido usado para mais 2.200 atividades culturais com orçadas em R$ 10 mil, como o Grafitaço organizado pelo LabJaca na semana posterior a chacina.

Insegurança energética

  • Financiador: Rio On Watch
  • Local de aplicação: Favela do Jacarezinho
  • Público-alvo: Moradores do Jacarezinho
  • Tamanho da amostra: 40 entrevistados.

Metodologia:

O levantamento foi feito através de um formulário distribuído online e respeitou todos os protocolos sanitários recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Com isso, e pelo número de respostas, existem limitações na capacidade de generalização dos dados para toda a favela. Porém os dados apresentados são fundamentais para impulsionar uma importante reflexão sobre o grau e impacto da insegurança energética na favela, e a urgência de mudar este quadro.

Objetivo:

Realizar um levantamento para compreender como se expressa as manifestações da energia elétrica dentro da favela do Jacarezinho, com foco na falta de luz cotidiana.

Descrição:

A pesquisa acerca da insegurança energética no Jacarezinho se constituiu em um levantamento de dados sobre a percepção de moradores da favela sobre a energia elétrica. A pesquisa teve objetivo de realizar um levantamento de como as inseguranças energéticas se expressam na favela do Jacarezinho e como a falta de luz interfere diretamente na vida dos moradores, principalmente no verão. Os dados apresentados mostram as consequências geradas pelos constantes apagões e os longos períodos sem luz, mas os causadores do problema são diversos e variam desde a responsabilização de instituições como a RioLuz, que peca na manutenção dos fios e postes, até a sobrecarga na rede elétrica gerada pelos próprios moradores como mostramos novamente na nuvem de palavras.
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